Certa vez, uma ave branca de penas lisas e macias chamado Dukelina decidiu que finalmente iria nadar. Assim como todos os seus irmãos, ela nadaria lagoa de baixo pra cima o dia todo cantando e aproveitando o sol. Ela observou por dias seus irmãos e quando sentiu-se preparada, pegou distância, apertou o nariz e se jogou na água com a esperança de boiar. Mas ela não boiou. Afundou feito ancora enferrujada de tão pesada e rápida que foi indo. Não desanimou e se debateu até sair da água e planejar outra estratégia.
Pensou muito no porquê não conseguia nadar e enquanto observava seus irmãos percebeu que eles também voavam. Então desistiu de nadar e começou a sonhar que voaria no céu azul infinito com nuvens cálidas e branquinhas como suas asas. Observou todos os dias seus irmãos alcerem vôo e decidiu tentar também. Subiu em uma árvore com muita dificuldade, abriu as asas e esperou uma rajada de vento. Quando ela chegou, pulou junto com a força que soprou e foi direto para o chão. Deslocou-se toda!
"Coitada", diziam as outras aves.
Assim que Dukelina levantou a cabeça depois de muito chorar, percebeu que Galimestre aproximava dizendo:
"Não tens que brigar por algo que deveria ser tão fácil", em uma voz rouca, "jamais voará pois é uma galinha".
E Dukelina percebeu que quando não é pra ser, nada mudará sua natureza. Aprendeu a ser galinha e viveu feliz sendo a melhor galinha que pode.
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